Não vou começar contando como nasci ou como foi minha infância, vou correr alguns anos, também vou pular a pré-adolescência, o aparelho nos dentes, o primeiro absorvente, o primeiro sutiã... Não é uma autobiografia, só quero contar um caso.
Idade: 18 anos, maioridade, e por isso mesmo eu achava que podia fazer tudo.
Comecei a sair com a bicha mais famosa do bairro, não saia do Bocage e de baladas GLS, e em pouco tempo já tinha formado meu “grupo”, que inclusive trazia em casa quase todo final de semana. Felizmente tenho uma mãe meio louca que levava tudo isso na boa!
Eu era completamente imatura e irresponsável. Fiquei com uma garota e através dela eu conheci uma outra pessoa que se tornou extremamente importante para mim.Ao contrário de mim, que achava tudo festa, a garota era dois anos mais velha e apesar de não parecer (ela era muito infantil ás vezes) ela era mais madura e sabia o que queria.
Resumindo, ficamos por mais ou menos dois meses e numa noite em que eu tinha bebido um pouco além da conta ela me pediu em namoro, eu aceite e na semana seguinte já tinha me arrependido. Eu não gostava tanto dela a ponto de namorar, mas comecei a ter muito medo de perder as pessoas que tinha conhecido através dela. Menos de um mês depois eu quis terminar. Eu ainda lembro da expressão do rosto dela quando eu disse, era Ano Novo, ela estava de saia e All Star preto, os cabelos curtos e cacheados estavam soltos... Ela franziu a testa como se não acreditasse... Ela disse que me amava.
Eu não me orgulho do que fiz, OK? Sinto-me mal até hoje, três anos depois... Eu disse que ela não tinha amor o suficiente por dois, disse que só estava experimentando para ver como era, que não queria nada sério...
Eu não tinha direito de fazer aquilo com ela... O pior é que todo o tempo que estivemos juntas eu dava um monte de patadas nela, mas ela nunca revidou minhas grosserias. Ela até me deu um presente, que eu tenho até hoje, uma camiseta do Brasil. Ela também me deu uma carta, lembro que esqueci a carta dentro do bolso de uma calça jeans e só fui ler uma semana depois... Eu ainda tenho a carta. Foi a primeira e única cara que já recebi.
Desculpe-me.
Eu sou um monstro.
E mereço tudo o que me acontece de ruim.
Renata (In)Grata
Um comentário:
Oii, tudo bem?
Ahh monstro nada, talvez as circustâncias do momento te levou a tal atitude... Mas assim, sempre há um jeitinho pra tudo! E outra, não há um meio de reverção?!
Tu percebeu que tu sempre dava patadas nela e ela nunca foi grosseira? que ela te pediu em namoro? que ela foi a unica pessoa que te deu uma carta? e que ela disse que lhe amava? Vai deixar passar?
Amanhã pode ser tarde!
cuide-se XD
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